segunda-feira, janeiro 30, 2006

ode sabor laranja

hoje nevou em Lisboa. ou melhor, ontem. soa-me a hoje porque ainda não dormi. nem tenho vontade, apesar do cansaço acumulado. que é tanto. hoje foi um dia bom e apetece-me prolongá-lo um bocadinho mais. não me lembro da última vez em que senti tanto frio. as pontas dos dedos doíam a ponto de não as sentir fisicamente. apenas uma dor aguda e muito chatinha no seu lugar. trouxe-as de volta à vida com água quente, essa existência rara mas tão útil numa casa-de-banho pública. neste caso, pelo menos, achei de uma utilidade brutal. mau dia para estrear roupa. o casaco não era assim tão quente. não fosse tão bonitinho à vista e talvez o devolvesse. não importa. gostei de me sentir na rua, assim. cinzenta, arrefecida. e eu com ela a sentir-me tudo menos aquilo. eu era todos aqueles pontinhos brancos desfeitos ao toque, que anunciaram um dia triste, como o são todas as despedidas, que acabou por não o ser. ou parecer.
à equipa da Laranja... um obrigado daqueles que me soa a estranho apregoar. mas à falta de um sinónimo melhor, é assim que vai. por tudo. pela oportunidade, pela partilha, pelo nervoso miudinho, pela construção de um tempo que não tenho vontade de arrumar já. lá atrás. foi duro, custou a arrancar, a manter, apeteceu desistir, tantas e tantas vezes, mas ninguém o fez e isso é tudo. obrigado a cada um de vós pela noite de hoje, por cada pedacinho dela. e por dias que aconteceram antes desta noite. pela cumplicidade nunca calada, pelos risos, desabafos, improvisos e outros que tais. pelo desejo de um amanhã mais próximo, que esperemos que não morra na vontade, apenas. um abraço grande e cheio daquelas coisas boas que sentimos quando abraçamos alguém com força... com vontade. à equipa à qual pertencerei sempre, mesmo que noutros palcos, noutros bastidores, na desejada digressão, eu não possa estar. e como nestas palavras não cabe o que vai cá dentro, vou-me calar já daqui a umas quantas e tratar de sentir, apenas. gostar disso. saber que no final permanece o bom e o bem das coisas, apesar do mau, que foi muito. fiz parte do vosso mundo, fiz mesmo. sou uma laranjinha orgulhosa. do corocho. até um dia. sempre sempre.

sábado, janeiro 21, 2006

considerem-se oficialmente convidados para a estreia :)


Uma Laranja Mecânica
Uma peça com música
de Anthony Burgess. Um espectáculo da APA.


© Álvaro Rosendo

26, 27, 28 e 29 de Janeiro
21h30 (dias 26, 27 e 28)
17h00 (dia 29)
Grande Auditório da Culturgest
Duração 1h30 (aprox.)
15 Euros
Até 30 anos: 5 Euros. Preço único
Conversas com o público após o espectáculo nos dias 27 e 28 (sala 2)

"The idea of “free will versus predestination”, as the only path to reaching the “humanity” of the human being, is for me the key issue in this play. In a world ruled by radical conformity, the protagonist chooses evil in a deliberate act of spiritual freedom, thus assuming that good is potentially more present in a man that chooses evil deliberately than in a man that is forced to be good. Human beings are what they are and they cannot be forced into being something through pressure or social constraints. This is a startling vision of state control, which annihilates any possibility of freely-chosen redemption. It is an intelligent reflection on the relationship between citizen and State and it compels us to ponder and think."
Manuel Wiborg
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Título original A Clockwork Orange – A play with music
Autor Anthony Burgess (a partir da sua novela com o mesmo nome)
Tradução José Lima (a partir da edição da Methuen Publishing Limited de 1998)
Encenação Manuel Wiborg
Música e Indicações Musicais Originais Anthony Burgess
Adaptação, Arranjos e Orientação Musical José Eduardo Rocha
Cenografia, Figurinos, Grafismo Luís Mouro
Desenho de Luz Pedro Marques
Fotografia Álvaro Rosendo
Elenco Ana Videira, Carlos António, Cláudio da Silva, Hugo Amaro, Hugo Caroça, João Didelet, Isabel Ribas, Luís Pacheco, Manuel Wiborg, Rui Raposo
Músicos Vasco Lourenço e Nuno Morão (do Ensemble JER)
Direcção de Produção Manuel Wiborg
Assistentes de Produção/Promoção Patrícia Farinha Mendes, Rafaela Gonçalves
Assistentes de Encenação Cláudio da Silva, Hugo Amaro, Hugo Caroça
Execução do Guarda-Roupa Ana Saraiva
Aderecista Francisco Soares
Animação João Morais
Contabilidade Triunconta
Uma co-produção Actores Produtores Associados/Culturgest
Apoios Cortecis, Iop Música, MGO-Borrachas Técnicas, Siorto
Agradecimentos Artistas Unidos, Ana Saraiva, Eugénio Pereira, Lda (Citel), Joaquim Canelhas
Companhia subsidiada por MC / IA

sábado, dezembro 10, 2005

seasons came and changed the time...



i was five and he was six
we rode on horses made of sticks
he wore black and I wore white
he would always win the fight

bang bang, he shot me down
bang bang, i hit the ground
bang bang, that awful sound
bang bang, my baby shot me down

seasons came and changed the time
when i grew up i called him mine
he would always laugh and say
remember when we used to play

bang bang, i shot you down
bang bang, you hit the ground
bang bang, that awful sound
bang bang, I used to shoot you down

music played and people sang
just for me the church bells rang

now he's gone i dont know why
until this day, sometimes i cry
he didn't even say goodbye
he didn't take the time to lie

bang bang...


Nancy Sinatra - Bang Bang (My baby shot me down)

sexta-feira, dezembro 02, 2005

é o tal problema de expressão...



sometimes everything is wrong
and that's bad, someone said.
so maybe i'll have to borrow
one of your juicy sunny days
just to...
yes.

maybe not.

quarta-feira, agosto 24, 2005

messy messy world...


Daniel Merriam - Mandolin Posted by Picasa

há anos que guardo ovelhas e nunca nenhuma me olhou de frente. a minha mulher olhou-me um dia de frente. nesse dia de tarde, há pouco mais de um ano, fizémos o nosso filho e achei que era assim que todas as pessoas encontravam alguém. chegava uma pessoa vinda de lado nenhum, sem motivo para chegar ou com um motivo que não se entendia, e oferecia-se a outra pessoa, e essa pessoa achava tudo isso natural, porque era assim que todas as pessoas se entregavam a alguém, e era nesse momento tão grande que ambos se entregavam para a vida, sem olhar para trás ou pensar um pouco, ambos se entregavam um ao outro para a vida, porque, a partir desse momento grande, toda a vida seria assim natural, inexplicável e grandiosa. faltou-me saber que o que é num instante o mundo, não é o mundo sempre.

José Luís Peixoto, in Nenhum Olhar

: p

quinta-feira, agosto 18, 2005

inocência


* Posted by Picasa

tenho um amigo com 6 anos com quem costumo ter conversas muito importantes. no outro dia caiu a andar de bicicleta e fez um buraco de três pontos na cabeça. ficou desesperado e fartou-se de chorar. diz que não lhe doeu muito, o maior medo dele era não poder pensar mais.

roubado daqui

quinta-feira, agosto 11, 2005

up above the world so high...


by Fipe Posted by Picasa

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