delicate

damien rice

há qualquer coisa em damien rice.

que me consome. que me completa.

gosto... gosto muito.

mesmo.

simple...

*

ausente...

*

aqui não há ninguém
que possa ter um mundo para dar
se um dia eu voltar
vai ser só mais uma forma de me ausentar
daquilo em que eu não quero pensar

Ornatos Violeta

fome

*

a fome reduz uma pessoa a um estado sem cérebro, e sem coluna vertebral, que se parece mais com os efeitos tardios da gripe do que com qualquer outra coisa.
é como se uma pessoa se tivesse transformado num molusco qualquer, ou como se não se tivesse sangue, e o sangue tivesse sido substituído por água morna.
a inércia completa é a minha principal recordação da fome; isso e ser forçado a escarrar com frequência, à medida que o escarro ganha uma estranha cor branca de algodão, como se fosse saliva de cuco.
não sei a razão do fenómeno, mas todas as pessoas que conheci e que passaram fome durante alguns dias falam da mesma coisa.

George Orwell

soundtrack of the day

*

i love you like i love the sunrise in the morning
i miss you like i miss the water when i'm burning
i didn't mean to hurt you dear
the words just came out wrong
now i'm broken down and lonely
and i can't get along

i love you like i love the sunrise in the morning
i miss you like i miss the water when i'm burning
i didn't mean to hurt you dear
the words just came out wrong
now i'm broken down and lonely
and i'm so colder now

i love you like i love the sunrise in the morning
i miss you like i miss the water when i'm burning
i didn't mean to hurt you, dear
the words just came out wrong
now i'm broken down and lonely
and i can't get along

i love you like i love the sunrise in the morning
i miss you like i miss the water when i'm burning
i didn't mean to hurt you, dear
the words just came out wrong
now i'm broken down and lonely
and i'm so colder now

i love you like i love the sunrise in the morning
i miss you like i miss the water when i'm burning
i didn't mean to hurt you dear
the words just came out wrong
now i'm broken down and lonely
and I'm so colder now

Spiritualized - I didn't mean to hurt you (ouvir)

tnx... *

pela mão na cabeça.
pelas palavras duras tão necessárias.
pelas gargalhadas altas, pelos sorrisos baixos, pelas lágrimas que acabam por secar.
por todo e qualquer gesto que não cabe noutro sítio senão em mim.
por todos os segundos de todos os minutos de todas as horas de todas as noites e dias que nos acontecerão ainda.
por fazerem desses dias noites e dessas noites dias que quero meus e vossos e nossos e sempre assim.
por, como alguém um dia me disse, estarem "cá dentro e a meu lado". (obrigado por tudo o que um dia me deste de ti, não vou esquecer)
sempre sempre sempre.

para as C's ***

cow revolution

cows are angry

sim.

porque o direito à revolta é de todos.

e mais uns quantos.

por vezes...

por vezes acontece-me caminhar
por entre ruas incertas
e procurar justificação para os próprios passos.
por vezes acontece-me encontrar olhos
________olhos que se me enleiam ao rosto
e me fustigam os lábios.
por vezes acontece-me sentir mãos
mãos que tocam as minhas
para a seguir se entrecruzarem em segredos de espera.
por vezes acontece-me balbuciar mentiras
________como amarras humedecidas
que esperam a corrosão do tempo.

Joaquim Colôa

teoria do pum

PUNZUDO... O HOMEM DO PUM QUE É ZUDO!

nunca lá chegaria sem a tua ajuda... obrigado! mas obrigado mesmo!

és grande Nuno...

;) *

almost morning state of mind...

estou vazia. de forças e pensamentos.

as paredes da faculdade afunilam o tempo que não tenho, e os trabalhos amontoados esmagam-me a imaginação cansada numa catadupa de soluções que não encontro, de ideias que não chegam.

tenho soninho. quero um abraço da minha cama. daqueles que começam tarde e duram toda a manhã.

a minha mãe hoje pediu-me beijinhos e disse que tinha saudades minhas.

tá quase, prometo.

wov u*

TV puppet

calvin

5x2, de François Ozon

homem, mulher, o bom e o pior de uma relação igual a 1002 outras... nada de novo portanto.

e não, a estrutura narrativa não é a convencional nem tão pouco inédita (Memento, de Christopher Nolan ou Irreversible, de Gaspar Noé).

nada que já não tenhamos visto. nada que um qualquer amigo não viva em sua casa.

mas é cru. dói. lá no fundo todos esperamos que não nos calhe a nós. um dia.

Antídoto, de José Luís Peixoto

Como o sangue, corremos dentro dos corpos no momento em que abismos os puxam e devoram. Atravessamos cada ramo das árvores interiores que crescem do peito e se estendem pelos braços, pelas pernas, pelos olhares. As raízes agarram-se ao coração e nós cobrimos cada dedo fino dessas raízes que se fecham e apertam e esmagam essa pedra de fogo. Como sangue, somos lágrimas. Como sangue, existimos dentro dos gestos. As palavras são, tantas vezes, feitas daquilo que significamos. E somos o vento, os caminhos do vento sobre os rostos. O vento dentro da escuridão como o único objecto que pode ser tocado. Debaixo da pele, envolvemos as memórias, as ideias, a esperança e o desencanto. (...)

José Luís Peixoto, Antídoto

...

insónias.

leite com chocolate UCAL.

pés em cima do aquecedor.

robe cor-de-rosa que a avó ofereceu.
(ofereceram-mo mas essa cor... essa cor fica bem às raparigas da tua idade, não é para mim...)
oh avó, sabias que se quisesses poderias ser sempre da minha idade? :)

ruído televisivo.

comichão no nariz.

damien rice - delicate.

estou cansada mas contente até. for no reason...

eis a atmosfera ideal para criar um blog.

welcome! ;)